sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Condições políticas do judeus (Parte 1)



Quando Jesus nasceu, Herodes, o Grande, era rei dos judeus.

O seu reino incluía a Judéia, a Samaria e a Galiléia. Pertencia a raça iduméia (edomitas – Esaú), mas professava a religião judaica.

"Herodes nasceu por volta de setenta anos antes de Cristo Herodes tinha uma personalidade contraditória, sem dúvida ele foi um dos mais ousados empreendedores da Judéia, visto seu ímpeto em gigantescas construções, um exemplo é a cidade de Cesaréia que antes não passava de uma simples aldeia de pescadores, e que foi transformada por ele numa vitrine para deleite principalmente de gregos e romanos. Entretanto Herodes demonstrava um comportamento absolutamente destrutivo com seus familiares, ordenou as execuções de sua esposa Mariamne (29 a.C.) e de sua sogra Alexandra (28 a.C.), além de ter mandado afogar seu cunhado Aristóbulo em um banho público, ordenou o estrangulamento de dois de seus filhos com Mariamne em 7 a.C. Pouco antes de morrer em 4 a.C. mandou executar seu filho Antípater. Josefo, historiador contemporâneo ao segundo templo, o identificou como um homem que jamais amou sua família. Herodes morreu em 4 a.C. na cidade de Jericó, com a idade de setenta anos. Cinco dias após mandar executar seu filho. Seu funeral foi tão suntuoso, quanto suas construções. Foram quinhentos oficiais só para levar o perfume no cortejo fúnebre. Ele foi sepultado no Castelo de Herodiom, localizado ao sul de Jerusalém, no deserto da Judéia. Este castelo único a levar seu nome era usado como residência de veraneio. Ainda hoje é um dos locais mais procurados para visitação, pois lá ficou eternizado Herodes, o Grande."

Seu pai Antipater havia sido nomeado governador da Judéia por Júlio César (Imperador romano), e depois de alguns caprichos de sorte, Herodes era declarado rei dos judeus, pelos romanos, no ano 40 a.C.


Apesar de independente em muitos respeitos, Herodes se mantinha no poder pelo favor dos romanos e na dependência deles, que praticamente região o mundo.

Por ocasião de sua morte, quatro anos antes da era cristã, o reino foi dividido entre os seus filhos.
Arquelau recebeu a Judéia e a Samaria; “Arquelau (4aC - 6 dC) governou na Judéia. O menos estimado dos filhos de Herodes, ele foi cruel e tirano. Arquelau é deposto por Augusto, por causa das numerosas arbitrariedades que comete, entre elas a troca indevida de sumos sacerdotes. Uma delegação de judeus influentes vai a Roma falar com o Imperador e é atendida. A Judéia, a Samaria e a Iduméia passam, então, a ser governadas diretamente por procuradores romanos. A capital da província passa a ser Cesaréia."

Herodes Antipas, recebeu a Galiléia e a Peréia, "Herodes Antipas constrói, no ano 17 d.C., a capital de sua tetrarquia às margens do lago de Genezaré e chama-a de Tiberíades, em homenagem ao Imperador Tibério. É muito amigo dos romanos e parecido com o pai. Casado com uma filha do rei nabateu Aretas IV, Herodes Antipas acaba por repudiá-la e casa-se com Herodíades, mulher de seu irmão Felipe. João Batista paga com a vida a denúncia que faz desta união ilegítima. É preso e decapitado no começo do ano 29 d.C."

 Herodes Filipe recebeu o território a nordeste do Mar da Galiléia, Ituréia e Traconite “Quando Herodes, o Grande, dispôs sobre o futuro de seu reino, através de um testamento, Herodes Filipe foi simplesmente esquecido. No entanto, parece que, de início, o propósito do rei era lhe conceder uma posição de destaque, haja vista que lhe destinou por esposa sua neta, Herodias, então com apenas 4 anos, atitude típica de um monarca interessado em manter o poder exclusivamente no seio da própria família.
Mas o casamento com Herodias pode ter sido a causa do infortúnio de Herodes Filipe, isso porque sua esposa era filha de Aristóbulo, nascido de Herodes com a princesa hasmoniana Mariana, morta por ordem do marido, sob a acusação de adultério. Anos mais tarde, Aristóbulo também seria executado, por suspeita de conspirar contra o pai. Acredita-se que esses fatos fizeram cair em desgraça todos os que tinham vínculos diretos ou indiretos com a família de Mariana.
O certo é que Herodes Filipe foi mandado para Roma, junto com a esposa, numa espécie de exílio dourado, onde viveu todo o resto de sua vida, em quase absoluta obscuridade. Aliás, ele já estava na capital do império quando seu meio-irmão, Herodes Antipas, o visitou e acabou se envolvendo com Herodias, que não relutou em deixar o marido para viver com o Tetrarca, levando consigo a filha do casal, Salomé.
É desconhecido o que aconteceu com Herodes Filipe após esse episódio. Não se sabe se voltou a casar-se e se teve outros filhos”

Porém, no décimo ano de seu reinado, Arquelau foi destituído do cargo por Augusto César, e daí então, a Judéia e a Samaria passaram a ser governadas por procuradores até a destruição de Jerusalém.

Durante o ministério de Cristo, portanto, a Galiléia e a Peréia, onde gastou a maior parte de seu ministério, eram governadas por Herodes Antipas,  (Mateus 14:03, Marcos 6:14, Lucas 3:01-19, 9:07, 13:31), enquanto que Samaria e Judéia eram governadas diretamente pelos romanos por meio de seu procurador, que neste tempo era Pôncio Pilatos:

“Fazia quinze anos que Tibério era o Imperador romano. Nesse tempo Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes governava a Galiléia, o seu irmão Filipe governava a região da Ituréia e Traconites.”(Lucas 3:01)

“Pôncio Pilatos desempenhou o cargo de prefeito da província romana da Judeia desde o ano 26 d.C. até ao ano 36 ou início do ano 37 d.C. A sua jurisdição estendia-se também à Samaria e Idumeia. Não sabemos nada de certo sobre a sua vida antes dessas datas. Seu nome ganhou fama por lavar suas mãos diante da pressão dos líderes judeus para que crucificasse a Jesus”

O governo romano, quer fosse direto, quer indireto, irritava sobremodo o povo judaico.

No tempo de Cristo a Palestina fermentava politicamente falando.

Os romanos procuravam dar a nação, a maior autonomia possível, de modo que o Sanedrim,  (era um tribunal, instalado em Jerusalém, formado por sacerdotes, anciãos e escribas, o qual julgava as questões referentes à uma tribo ou a uma cidade, os crimes políticos importantes, etc.), exercia um grande número de casos. Os romanos também garantiam muito privilégios aos judeus, especialmente no que tocava às suas práticas religiosas. Apesar de tudo isto, a nação odiava o julgo estrangeiro, que sempre se fazia sentir, quando era preciso, e que de modo algum, permitia a conquista de sua antiga liberdade.

 A aristocracia judaica, inclusive a maior parte dos saduceus, simpatizava com os romanos.

Os fariseus que formavam a parte mais devotas as observâncias religiosas, geralmente evitavam complicações políticas.

Os herodianos de que nos dá notícia a história, favoreciam as pretensões da família de Herodes ao trono da Judéia.

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